Taciturno Pelicano à Janela: BANKSY

Vivemos numa das eras mais difíceis mas mais motivantes de sempre. O planeta definha, acompanhando a transformação das cidades, à mão do Homem, em máquinas automatas, tumores planetários que drenam recursos, consumindo tudo e todos, gerando conflitos e diferenças dentro e fora de si. Em prol de um crescimento desmedido, aliado à competição egoísta, filha do medo, arrogância e angústia, as cidades são cada vez mais poços de contradições. Partes da cidade são esquecidas e deixadas ao abandono, enquanto a gloria de outros tempos definha e se degrada, permanecendo escondida, com vergonha de existir, sobre o negrume dos seus passeios, a degradação das suas fachadas, onde só a decadência parece imperar. Já ninguém se lembra que a lua, o vento, as árvores e os animais existem e falam connosco. As pessoas arrastam-se, quais robots, à procura de qualquer coisa, sem que elas próprias saibam o quê. Que é feito da alegria, do companheirismo, da amizade despreocupada e descomprometida, que é feito da cor, que é feito do amor?

Que futuro queremos para nós, para os nossos filhos, para as nossas florestas, para as nossas cidades? E que tal pensar em mudança? E que tal fazer parte dessas mudança? De que forma podemos contribuir para o despertar da nossa consciência e da dos milhares que se arrastam? Como podemos devolver à cidade o seu esplendor? E como trazer de novo a natureza à vida das pessoas? Será possível conjugar tudo isso? Será possível integrar e unificar em vez de segregar e fragmentar? Qual é a tua ideia? ACÇÃO?

Taciturno Pelicano à Janela

9 de abril de 2007

BANKSY

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